Haverá algo mais que o todo?
Olá a todos,
Neste breve post interrogo-me sobre o que é realmente o nosso jogo.
A teoria sistémica procura, entre outras coisas, não se abstrair só aos números que tentam fazer uma previsão de algo. Assim, importa-lhe a interacção entre os diversos sistemas e sabe que a precisão é algo inalcançavel. Contudo, se falamos em diversos sistemas, estaremos a falar em diversas partes e da relacção entre as mesmas. Em posts anteriores, falei de trabalhar as partes e trabalhar o todo, referindo que o todo é muito mais que a soma das partes.
Segundo a ideia que tenho do ensino do jogar, devemos construir uma equipa pela organização da mesma. Todavia, pelo desenrolar do jogo assistimos a fases de ordem e de desordem, ou seja, a ordem e o caos. Por isto deixo aqui a minha questão: Se isto passa em todos os jogos porque é que estruturamos o ensino do jogar pela ordem e não pelo caos?
A estruração do ensino do jogar não deve ser feita por ensinar só as partes, que mais nos interessam como treinadores, mas sim pelo verdadeiro jogar que, volto a repetir, é MUITO MAIS que a soma das partes. Se o fizermos poderemos estar a trabalhar o todo disfarçado de caos. O problema que se coloca é que ao trabalharmos desta forma as quantificações pouco importam, o que nos levará, a nós treinadores, à incerteza numérica daquilo que fazemos e que nos serve como argumento defensivo e/ou ofensivo da nossa posição.
Cordialmente.
GRG
Neste breve post interrogo-me sobre o que é realmente o nosso jogo.
A teoria sistémica procura, entre outras coisas, não se abstrair só aos números que tentam fazer uma previsão de algo. Assim, importa-lhe a interacção entre os diversos sistemas e sabe que a precisão é algo inalcançavel. Contudo, se falamos em diversos sistemas, estaremos a falar em diversas partes e da relacção entre as mesmas. Em posts anteriores, falei de trabalhar as partes e trabalhar o todo, referindo que o todo é muito mais que a soma das partes.
Segundo a ideia que tenho do ensino do jogar, devemos construir uma equipa pela organização da mesma. Todavia, pelo desenrolar do jogo assistimos a fases de ordem e de desordem, ou seja, a ordem e o caos. Por isto deixo aqui a minha questão: Se isto passa em todos os jogos porque é que estruturamos o ensino do jogar pela ordem e não pelo caos?
A estruração do ensino do jogar não deve ser feita por ensinar só as partes, que mais nos interessam como treinadores, mas sim pelo verdadeiro jogar que, volto a repetir, é MUITO MAIS que a soma das partes. Se o fizermos poderemos estar a trabalhar o todo disfarçado de caos. O problema que se coloca é que ao trabalharmos desta forma as quantificações pouco importam, o que nos levará, a nós treinadores, à incerteza numérica daquilo que fazemos e que nos serve como argumento defensivo e/ou ofensivo da nossa posição.
Cordialmente.
GRG
posted by Gonçalo Ramos Garcia @ 15:48
4 Comments:
At 11:01 da tarde,
Anónimo said…
nunca mais o vi gonçalo =(
At 3:51 da tarde,
Gonçalo Ramos Garcia said…
É natural, não estou por Portugal. Ando por terras catalãs - Barcelona. De qualquer modo, e através deste blog pode sempre trocar ideias comigo.
Cumprimentos,
GRG
At 1:08 da tarde,
Tozé said…
Venho desde já mostrar o meu agrado por este Post, porque penso que é uma análise muito interessante sobre os processos que estam implementados no nosso Futebol, trabalhar as partes, e depois juntá-las, e esperar que a natural interacção entre elas dê o Todo.
Penso antes de reflectirmos se "Haverá algo mais que o Todo?", a reflecção terá de ir no sentido, de, "Como trabalhar para chegarmos ao Todo?", fazer com que os jogadores quando tomem uma decisão, perceberem como essa poderá influenciar o Todo que é a equipa, se irá provocar um equilibrio ou um desiquilibrio. Penso que ao chegar a este nível um jogador está a pensar no Todo, num colectivo que caracteriza o jogo de Futebol, e todos pensarem nesta linha, temos uma equipa dinâmica, consciente dos seus limites, mas também consciente das suas potencialidades.
Mas agora para finalizar lanço a questão: Como é que podemos querer jogadores a pensarem num Todo, se ainda a nossa formação em termos de Escola, está divida em partes que todas somadas, esperam dar um Todo (Ex. Disciplinas divididas em capitulos, em que os testes são puramente teóricos, não procurando um aplicação prática em coisas do dia a dia, que obrigará depois o alunos para resolver esses problemas a perceber as dinâmicas entre conceitos, ou seja procurar perceber o Todo)
At 5:05 da tarde,
Gonçalo Ramos Garcia said…
Caro Tozé,
A escola dveria preparar os indivíduos para a vida futura. Se o faz? Duvido.
Já o futebo de formaçao deveria preparar os jogadores para o futebol sénior. OS clubes fazem-no? Muito poucos.
Razoes para isto?
A falta de conhecimento do que é o jogo, para começar; falta de Profissionais que conheçam o jogo e o ser humano. Com isto terao que saber o que aplicar, e nao me parece que o façam. Acrescento também os modelos de gestao dos clubes portugueses, se é que existem!!Quem está com funçoes de gestao por vezes nao o faz, quem tem que decidir também nao o faz, ou seja, os que estao nao estao pelo futebol, mas por outros interesses.
E mais, algumas das escolas de futebol formam para o nível de clube que têm, ou seja, clubes de terceira formam miudos de 9 anos para este nível. Será que quem está à frente da frmaçao procura actualizar-se, saber as tendencias do futebol actual, o que se faz noutros paises, noutros clubes? ainda andamos a formar jogadores como fomos formados.
De todos os modos, parece-me, e repito, parece-me que há pessoas novas preocupadas com o futebol actual. O probemas que vejo é que, em Portugal, nao se pode viver do futebol e é claro sem dinheiro nao se podem comprar manuais, nem estar em cursos interessants.
Termino dizendo-lhe que o "como trabalhar o Todo?" é realmente o ponto mais interessante. Todavia, antes há que saber o que é o Todo e como escrevi acima, nao creio que este seja um conhecimento bem dominado. Humildemente me somo a Este grupo.
CUmprimentos
GRG
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