Futebol Formação - Futebol Inteligente

Para quem acredita que jogar bem é jogar com a cabeça

2007-03-03

Buscamos um Modelo de Formação?

Viva,
Algumas noticias futebolisticas desta semana fizeram-me voltar a escrever.
Houve a Meridien Cup, em que participava Bojan Krkic, jogador de 17 anos da escola do Barça, um batedor de records. Nos jornais de hoje deparei-me com as negociações de Moutinho, outro batedor de records, bem como Nani, a juntar aos novos contratos de Veloso e Djaló.
Estes clubes têm grande historial na formação de futebolistas. A identidade dos mesmos é diferente o que leva a que cada um forme jogadores distintos, sendo que, ao longo dos anos os que mais destacam no Barça são médios com boa capacidade ao nível do passe e, no Sporting, jogadores criativos, com bom drible, autênticos desequilibradores.
Estas formações só são possíveisl com Modelos, com identidades, que se têm de seguir sem mudanças de rumo pois estas levar-nos-ão a mau porto.
Naturalmente que sem ovos não se fazem omeletes mas a ver, analisando a formação de futebolistas em Portugal e noutros países chego à conclusão do grande potencial que temos pois temos bons ovos, o problemas reside que só alguns clubes fazem as omeletes.
Na identidade do clube deve assentar o modelo de formação, com modelos de jogadores, modelos de pessoas, modelos de jogo....
Quando esta fase for conseguida passaremos à seguinte que será de espera. Espera pelos bons jogadores que teremos, pelos homens que teremos e pelos lucros que teremos, pois, não há que esquecer que o futebol é também um negócio e são estes homens, este jogadores que nos farão viver no futuro.
Quanto ao tipo de modelo poderemos falar noutros posts
Saudações
GRG

3 Comments:

  • At 1:24 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Gonçalo,
    os Modelos de Formação poderão mesmo acabar por estimular mais o desenvolvimento de determinado tipo de jogadores. A forma de jogar associada ao modelo do barça passa nitidamente por uma elevada estimulação e consequente potenciação de médios com grande leitura de jogo, grande capacidade de passe, bom na ocupação dos espaços e bom nas transições.
    Já a ideia de jogo do modelo sporting estimula o aparecimento de jogadores rápidos, bons no 1x1 ofensivo, com boa capacidade de finalização, muito associados aos extremos que se desenvolvem no típico 1:4:3:3 usado em alcochete.
    Poderíamos colocar a seguinte questão: "Será que a ideia de jogo presente no modelo de formação dos clubes condiciona o desenvolvimento do potencial de alguns jogadores menos estimulados nessa forma de jogar?"
    Na minha opinião, penso que tal poderá acontecer, se os modelos utilizados forem relativamente fechados e direccionados para a assimilação de "mecanismos", de estereótipos pouco adaptáveis.
    Por outro lado, um modelo de formação baseado em princípios de acção mais genéricos, que permitam abertura suficiente para que sejam as próprias características dos jogadores a definirem com mais pormenor os modelos de jogo e de jogador para as diferentes equipas e jogadores que forem passando pelo clube, poderá (na minha opinião) impedir que haja potenciais talentos que não possam evoluir.
    Contudo, e em jeito de brincadeira, o mais difícil neste momento é mesmo termos modelos para os agentes desportivos que rodeiam a formação dos miúdos nos clubes por este país fora...
    Um grande abraço e peço desculpa por me ter alongado tanto...

     
  • At 4:07 da tarde, Blogger Gonçalo Ramos Garcia said…

    Viva Ricardo,
    Se um modelo é um guia e se o processo de treino é feito pelo seguimento desse guia então o padrão orientará o treino. Contudo a criatividade do jogador é que fará com que este não siga tal padrão. A castração, para aplicar um palavra tão de moda, só deverá ser aplicada para dar a conhecer o modelo (ordem). Aplicá-la seria impedir a criação do jogador.
    Se repararmos é nos instantes que tudo está ordenado que aparece o talento e, desordena tudo, incluso o modelo a seguir. Aqui ficamos maravilhados!!!
    Todavia, o modelo poderá servir para organizar o jogo, e a cabeça dos jogadores, até para lhes permitir um ponto de partida (ordem) para a criatividade (desordem). Creio que o grande problema está na aplicação do mesmo (quem?, como?, porquê?).
    Todavia, acrescento que o modelo de jogo vai influenciar os jogadores que formaremos. A titulo de exemplo relembro o futebol italiano, com bons defesas, mas fracos extremos ou, mesmo a nível nacional, casos do Porto e Sporting que formam jogadores de características diferentes.
    Pese embora tudo isto, todos somos diferentes e para uns a ordem é um estímulo e para outros é um impedimento.
    Não estou certo, nem nunca estarei, mas acredito que dentro de tanta abertura também se perderão alguns talentos.
    Relembro a evolução do treino em que passámos de "só" jogo, para "só" físico, e não serviu...
    Há que buscar um equilíbrio!!
    Espero que tenha respondido a todas as questões
    GRG

     
  • At 8:25 da tarde, Blogger bruno said…

    Não posso deixar de vos dar os parabéns pelo vosso blog.
    Gostaria de traçar aui algumas considerações sobre alguns aspectos aqui salientados:
    O modelo de treino como organizador e factor de ordem é fundamental e ao contrário o que muitos pensam, não é um factor limitativo da criatividade, mas um factor de novas reorganizações ndividuais e inter individuais.

    Tenho tido a oportunidade de estagiar com o Prof. Rui Dias (treinador do Olivais e Moscavide) e de ter algumas conversas com ele e nunca mais me esqueci o que me confissionava na semana passada: à medida que vamos propondo constrangimentos "mais fechados" (em exercícios sectoriais e metaespecializados) em tarefas, mais respostas verdadeiramente inovadoras vamos tendo por parte dos nossos jogadores".

    São estes constrangimentos (inter-ligados com princípios e subprincipios orientadores da decissão) que nos permite dizer que os modelos são orientadores e reorganizadores da criatividade dos jogadores

     

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