Futebol Formação - Futebol Inteligente

Para quem acredita que jogar bem é jogar com a cabeça

2007-10-29

A nova vaga de treinadores?

Olá a todos,

Mais uma vez apareço e escrevo este post que vem no decorrer duma conversa que tive com um colega que não é treinador, mas sim preparador físico.
Falávamos dos interesses de cada um em relação à modalidade na qual trabalhamos e, ele disse, e eu concordo, sendo que já havia reflectido sobre o tema, que alguns dos que novos treinadores são a última vaga de ex-jogadores mediáticos, com conhecimentos nos clubes, nos agentes FIFA, na comunicação social, ou seja em muitos agentes do futebol.
Ele nomeava Guardiola, Bakero, Ferrer, Julio Salinas e eu posso acrescentar Stoichkov, Laudrup, Schuster, para o caso de Espanha; Roy Keane, Stuart Pearce em Inglaterra; Paulo Bento, Paulo Sousa, Emílio Peixe, Rui Bento para Portugal e muitos outros que estarão espalhados por todos os países do mundo.
Há alguma coisa de errada nisto? Quanto a mim sim e não!!!
O convite para assumirem responsabilidades de treinador por parte de ex-jogadores mediáticos sempre foi um dado adquirido e porquê? Pelo conhecimento que têm do jogo? do meio? Nalguma destas razões residirá a escolha.
Ex-jogadores menos mediáticos também começam como treinadores, esses em equipas menos mediáticas.
Professores de Educação Física também começam como treinadores, mas há a tentativa de dirigi-los para preparadores físicos ou treinadores de jovens.
Então, o chegar ao mediatismo, que vem directamente relacionado com os altos níveis de rendimento que estão subjacentes no futebol terá que ver com o meio em que os sujeitos se relacionam. É normal isto na nossa sociedade? É concerteza, pois acontece em todos os sectores.
A meu ver, para se chegar a algum lado é ou por Status Cultural ou por Status Económico. Decerto que nos dois tipos de status haverão pontos positivos e negativos. Todavia, o segundo, é o que mais põe de lado os que pensam e reflectem sobre o seu mundo. Não quero com isto dizer que só a informação ajuda a chegar a algum lado pois o nascer para.... concerteza também ajuda.
Se a selecção deverá ser feita segundo estes princípios ? quanto a mim não. A selecção deverá ser feita de acordo com os perfis das pessoas, dos cargos que vão ocupar, das pessoas com quem se vão relacionar, de todo o meio envolvente, da identidade do clube.
Como assim não é, teremos de esperar pelas "chicotadas psicológicas" e muitas vezes uma atrás de outras.
Para terminar deixo no ar a pergunta - Será que quem escolhe os treinadores sabe porque os escolhe? Já os viu treinar? Já os viu liderar um processo? Já os viu construir uma unidade? Sabe o que pensa do jogo? Como gosta de jogar? Sabe a metodologia que utiliza? e por aí fora........

Esperando que esta ideia sirva para nos organizarmos, ou esperando que o tempo nos diga algo
deixo um Abraço
GRG

2007-10-13

Quem não arrisca não petisca.

Olá a todos,

Ontem mesmo enquanto falava com um amigo me apercebi de algo que li num livro há algum tempo, sendo que, e para meu mal, não me recordo qual. Enfim, os que me conhecem sabem o que estou a dizer!!!
Falávamos deste desporto que nos apaixona e na troca de ideias via on-line, já que infelizimente, não tive o prazer de ter uma conversa cara-a-cara, me apercebi das dúvidas que podemos criar aos jogadores.
O modelo de jogo é a referência do jogadore. Com base nele, estes se organizam e se dispoêm em campo, praticando o tipo de futebol que vêm treinando.
Quando num jogo e por imposição da estratégia se pretende jogar de outra forma que não está subjacente no nosso modelo de jogo o jogador entra na dúvida. Eu acredito que, se o jogador for consciente do que se está a passar entrará na dúvida. Aliás, creio que esta dúvida também possuí o treinador.
No livro falavam nos tipos de dúvida sendo uma a possibilidade de arriscar e falhar.
Esta possibilidade poderá muito bem acontecer num jogo pois se a equipa treina de uma forma A, não pode jogar de uma forma B. Este é o erro em que cai o senso comum quando pede à sua equipa que faça algo que não está preparada.
Quando isto acontece o jogador não se sentirá comodo pois o tipo de jogo é algo que desconhece, idem para o posicionamento em campo e todo mais.
Naturalmente com toda este incomodidade e se houver tempo suficiente para que as percepções brotem, o jogador será bombardeado com emoções que o levarão a errar, e errar a diversos níveis.
As consequências em termos de resultado poderão ser trágicas.
Por isso, quando pedimos algo à nossa equipa, deveremos saber como se sentirão os jogadres nessa situação, quais as vivências em relação à mesma e quais as respostas que poderão tomar.
De uma forma consciente isto passa-se assim.
Para o senso-comum reduz-se ao: Quem não arrisca não petisca.

Abraços,
GRG

2007-10-02

Modelação ou Modelações Sistémicas?

Olá a todos,

Mais uma vez venho falar dum dos temas que por vezes abordamos - A modelação sistémica. É sem dúvida uma grande responsabilidade pois o tema é verdadeiramente complexo.
No título falo de uma ou varias modelações sistémicas e explico a razão. Há uma corrente que denomina como aplicabilidade do Modelo Sistémico a Periodização Táctica. A meu ver, e não quero ir buscar referencias, fazem-no porque encaram a táctica como o todo que é o jogo. Portanto o modelo a seguir é o modelo de jogo. Todos os factores, ou dimensões estão aqui incluídos, sejam os físicos, psicológicos e outros.
Outra corrente fala de Modelação Sistémica como interacção entre todos os sistemas: físicos, tácticos, emotivo-volitivos, socio-afectivos, etc, etc. Nesta modelação a táctica tem o seu papel mas, não é o de comandar todos os outros. Aqui, e volto a referir que a interpretação é minha, a táctica joga de de igual modo com todos os outros factores, sendo que, possivelmente e nalgumas alturas, será dado maior relevo a um que a outro.
Para a primeira teoria é o modelo de jogo que comanda toda a periodização, enquanto que para a segunda é a interacção de todas estas vertentes - o jogo - que comanda toda a periodização. Além disto é de referir que no caso da segunda, há quem não considere fundamentais os sistemas de jogo. Aliás, creio que a frase correcta é considerar os sistemas de jogo inexistentes. Como é isto possível?? Consideram sim as interacções entre jogadores e as suas qualidades emotivo-volitivas e socio-afectivas, para dizer de uma forma muito sucinta.
Se assim é, esta teoria choca um pouco com a táctica (não com a periodização táctica) e tudo aquilo que são automatismos como as combinações, as circulações ou quaisquer rotinas.

Esperando que esta actualização do blog sirva como tema para uma discussão construtiva me despeço,
Abraço,
GRG